domingo, 22 de dezembro de 2013
Lavo as vagens frescas, corto em pedaços, verdes. São tão verdes e tão frescas, e penso na transparência das cidades que ele descreveu para mim. Onde não posso escolher entre, o fim. Mas posso dizer que sim, que é cheio ainda de manhã, que os gestos descritos como uma forma amorosa de coragem me dizem agora, quando escuto e pauso, três ou quatro vezes a mão no teu silêncio. Pouso leve, e breve, quero partir o quanto antes para a cidade estrangeira e despedir das saudades imensas de tudo o que não vivi.
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
Poema em três tempos
I
Havia raiz mas não havia chão.
II
Raiz de desejo
Cereja
Abismo de duas ou mais margens.
III
Perdi um jeito de abismar que eu tinha.
Havia raiz mas não havia chão.
II
Raiz de desejo
Cereja
Abismo de duas ou mais margens.
III
Perdi um jeito de abismar que eu tinha.
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
Antigo, [2009] achei movida pela voz de Ana Cristina Cesar
Fui ler antigos e guardados, hoje longe, soa bonito, se chama
Fevereiro, 17
Eu que já pedi chorando para que não me deixasse. Eu que já chorei sozinho tantas vezes. Perdido na incompreensão da falta. A falta da infância tão dolorosa e tão simples de ser suprida, se.
Eu que nesta hora te abandono. Eu que nesta hora me desperto para o segredo de uma distância íntima, em que atravesso águas e pedras, mas sempre sozinho, sempre, num lugar onde amor congela e as paixões sobrevoam em precipitais tormentas nebulosas. Paixões com gosto de inefável e impossível porto. Paixões cegas e com referências brancas, que nunca serão preenchidas de continuum, porque o amor, tristonho, me arremeda para lugares longes de um solo, longe de qualquer ancoradouro.
Eu diria que estou cansado e que não posso mais continuar, mas não é verdade. Sinto uma tristeza tristíssima e me penso, assim, atordoado entre resoluções próprias e fins.
Eu diria que o amor é um engodo, lugar de não estar. Diria que o amor é o que eu não conheci, e errando sempre, repudio a possibilidade de habitá-lo.
Estranha conjunção esta de abolir o vínculo que me tornaria dois.
Estranho o choro que me encontro. Quando sou eu que decido por este fim.
escrito em 17 de fevereiro de 2009, desejo de escritura misturado com esta escrita de diário, e nem uma coisa e nem outra. Um dia chego lá, onde "A poesia não comunica" Ana Cristina César, em:
http://radiobatuta.com.br/Episodes/view/482
Fevereiro, 17
Eu que já pedi chorando para que não me deixasse. Eu que já chorei sozinho tantas vezes. Perdido na incompreensão da falta. A falta da infância tão dolorosa e tão simples de ser suprida, se.
Eu que nesta hora te abandono. Eu que nesta hora me desperto para o segredo de uma distância íntima, em que atravesso águas e pedras, mas sempre sozinho, sempre, num lugar onde amor congela e as paixões sobrevoam em precipitais tormentas nebulosas. Paixões com gosto de inefável e impossível porto. Paixões cegas e com referências brancas, que nunca serão preenchidas de continuum, porque o amor, tristonho, me arremeda para lugares longes de um solo, longe de qualquer ancoradouro.
Eu diria que estou cansado e que não posso mais continuar, mas não é verdade. Sinto uma tristeza tristíssima e me penso, assim, atordoado entre resoluções próprias e fins.
Eu diria que o amor é um engodo, lugar de não estar. Diria que o amor é o que eu não conheci, e errando sempre, repudio a possibilidade de habitá-lo.
Estranha conjunção esta de abolir o vínculo que me tornaria dois.
Estranho o choro que me encontro. Quando sou eu que decido por este fim.
escrito em 17 de fevereiro de 2009, desejo de escritura misturado com esta escrita de diário, e nem uma coisa e nem outra. Um dia chego lá, onde "A poesia não comunica" Ana Cristina César, em:
http://radiobatuta.com.br/Episodes/view/482
domingo, 10 de novembro de 2013
Trecho do projeto da tese Livre para fracassar: a trilogia erótica de Hilda Hilst Leituras, agosto de 2013
Sobre o despertar
Despertar é antes de tudo uma vontade.
I
Ele amanheceu de repente. O semicerrar dos olhos abriam devagar a manhã e uma imagem, como se, pela primeira vez, uma manhã no mundo. O corpo despertou lento entre o ar molhado da espera que uma noite deixou e... Ser um despertar no tempo. No escuro. Espiar aos poucos um ponto. Um acaso do tempo. Ser corpo, molhado ao relento. Escuro grilo e ruído úmido. Despertar não parece nem um pouco possível. Experimento o cheiro das coisas deixadas quietas tempo demais. Sentir com a ponta dos dedos o tecido que cobre o corpo. Ter nas mãos um punhado de ar e um bocado grande de escuro.
II
Acreditar pode parecer tolo. Somente os tolos creem. Pois ele acreditava possuir alguma coisa de muito valor. Escrever euforicamente sem ter nenhum propósito do que encontrar um ponto de passagem. Uma fenda, uma abertura. Começa pelo meio de uma grande impossibilidade tomada nas mãos. Foi assim: de súbito ߛ. E eis que tomado por uma grande incompreensão resolveu não ignorar mais algo que insistiu em insistir.
Ou depois de certo período de tempo.
III
Os passos são muito leves. Ela não ouviu ele chegar. Não saber que alguém ou algo está vindo é o que costuma lhe acontecer: não saber. Estou preocupada em encontrar um enredo, uma amarração dos fatos que virão. Quando eu olhei você pela primeira vez eu não reparei em nada especial. Foi depois de algum tempo, dias até, para que alguma coisa se colocasse, se tornasse perceptível. Estou revendo as cenas, eu me lembro que comentei algo sobre o seu texto. Foi isso, numa aula ninguém escutava o que você estava se esforçando para dizer. Mas sem saber o que eu estava fazendo eu simplesmente olhei para você, escutei a voz do seu texto e contei para o seu pequeno coletivo da existência da sua voz. Mas eu não sabia, nada, nunca, não imaginei por um segundo sequer que eu pudesse ficar tão cega por uma única voz.
Talvez seja porque há algo de enigmático no que poderia ser tão banal.
Certa vez um escritor disse que não se pode entrar no círculo magnético de outro sem isso causar estremecimento. Você pediu que eu não contasse nada respeito, mas veja, isso não é um problema já que nunca tivemos uma chance. Sequer de nos conhecer.
É verdade, eu sei que você pensa que eu vou agora inventar uma história fabulosa. A verdade é que eu tenho bem pouco a dizer. Eu posso dizer que um gato gritou agudamente neste exato instante na minha janela e cheguei a me assustar. Esses gritos que às vezes se estendem e não deixam ninguém dormir. [Silêncio]. Por enquanto foi um grito único e tão irrepetível que parece ter sido absorvido pelo ruído ao fundo. Ruído que me faz lembrar de que eu moro em uma cidade que tem ruas e carros que cruzam as ruas quase sempre, sempre tem um ruído do mundo.
IV
Você aceitou pela primeira vez. Você não fugiu. E não me deixou a sós. O que é algo inteiramente novo para mim. E eu disse: de repente é tanto, que eu não sei o que fazer com você. Eu realmente fiquei sem saber, logo em seguida, outra vez. Será que isso . É algo novo. Escrever uma história me remete a um escritor que conheci uma vez. Ele não gostava de ser poeta no mundo, mas para ele não era uma escolha. Era quase uma covardia viver com um punhado de palavras das quais ele não podia se desfazer. Aos poucos ele foi assumindo esse jeito de errar todo dia, quando nenhuma palavra basta para dizer daquilo que ele nunca vai dizer. É um homem atormentado esse. Mas ele ri às gargalhadas, ele se torce no chão como uma larva, dá pulos e giros. Ele é pura larva, um estado bruto pronto para implodir o espaço-tempo. E pronto para ser esmagado, surrado. Uma larva branca se contorcendo de tanto rir do vazio absoluto que encarna nos objetos às vezes. Nos objetos que ele usa todos os dias e esquece então que é poeta e que algum dia algum poema foi escrito.
V
Esquecer é bom. Esquecer um pouco. Não ter mãos, ou corpo, ou pernas. Não saber usar o corpo ou as pernas assim como as palavras. Conheço um bocado delas, mas não sei qual seria a melhor combinação entre elas. Às vezes penso que escrever é só um jeito de esquecer, um jeito de dizer outra coisa, e depois, amontoado de coisas não ditas.
VI
Descobrir que escrever não tem nenhum valor. Nenhuma serventia, função ou propósito. Que escrever não serve para nada mesmo, mas mesmo assim escrevo e digo que vou amar a vida inteira Marguerite Duras e o seu sinthoma e a sua dor.
Eu sei muito pouco sobre as coisas. Eu tenho medo que tudo desapareça, que o rosto se desfaça. Eu tenho medo de estar sempre presa num pedaço de tempo. Inventamos um projeto. Uma engenhoca de continuidade. Não sabemos bem o que continua. Chego a desconfiar que nunca existiu antes e o que surge agora é feito de uma primeira vez tão nova que dá medo de usar. Ele me ofereceu um sim e tive medo de aceitar. Porque era um sim que eu não conhecia. Mas ele foi tão doce e deu passos tão leves na minha direção que eu achei que não faria mal aceitar esse sim tão inesperado.
Descobri que tenho medo desse sim apesar de tudo. Tenho medo de ficar sozinha com um GRANDE sim nas mãos e de repente ele ter se transformado em um grande não.
Calma! Tenha calma, aceite esse sim. É o medo de me desintegrar.
Despertar é antes de tudo uma vontade.
I
Ele amanheceu de repente. O semicerrar dos olhos abriam devagar a manhã e uma imagem, como se, pela primeira vez, uma manhã no mundo. O corpo despertou lento entre o ar molhado da espera que uma noite deixou e... Ser um despertar no tempo. No escuro. Espiar aos poucos um ponto. Um acaso do tempo. Ser corpo, molhado ao relento. Escuro grilo e ruído úmido. Despertar não parece nem um pouco possível. Experimento o cheiro das coisas deixadas quietas tempo demais. Sentir com a ponta dos dedos o tecido que cobre o corpo. Ter nas mãos um punhado de ar e um bocado grande de escuro.
II
Acreditar pode parecer tolo. Somente os tolos creem. Pois ele acreditava possuir alguma coisa de muito valor. Escrever euforicamente sem ter nenhum propósito do que encontrar um ponto de passagem. Uma fenda, uma abertura. Começa pelo meio de uma grande impossibilidade tomada nas mãos. Foi assim: de súbito ߛ. E eis que tomado por uma grande incompreensão resolveu não ignorar mais algo que insistiu em insistir.
Ou depois de certo período de tempo.
III
Os passos são muito leves. Ela não ouviu ele chegar. Não saber que alguém ou algo está vindo é o que costuma lhe acontecer: não saber. Estou preocupada em encontrar um enredo, uma amarração dos fatos que virão. Quando eu olhei você pela primeira vez eu não reparei em nada especial. Foi depois de algum tempo, dias até, para que alguma coisa se colocasse, se tornasse perceptível. Estou revendo as cenas, eu me lembro que comentei algo sobre o seu texto. Foi isso, numa aula ninguém escutava o que você estava se esforçando para dizer. Mas sem saber o que eu estava fazendo eu simplesmente olhei para você, escutei a voz do seu texto e contei para o seu pequeno coletivo da existência da sua voz. Mas eu não sabia, nada, nunca, não imaginei por um segundo sequer que eu pudesse ficar tão cega por uma única voz.
Talvez seja porque há algo de enigmático no que poderia ser tão banal.
Certa vez um escritor disse que não se pode entrar no círculo magnético de outro sem isso causar estremecimento. Você pediu que eu não contasse nada respeito, mas veja, isso não é um problema já que nunca tivemos uma chance. Sequer de nos conhecer.
É verdade, eu sei que você pensa que eu vou agora inventar uma história fabulosa. A verdade é que eu tenho bem pouco a dizer. Eu posso dizer que um gato gritou agudamente neste exato instante na minha janela e cheguei a me assustar. Esses gritos que às vezes se estendem e não deixam ninguém dormir. [Silêncio]. Por enquanto foi um grito único e tão irrepetível que parece ter sido absorvido pelo ruído ao fundo. Ruído que me faz lembrar de que eu moro em uma cidade que tem ruas e carros que cruzam as ruas quase sempre, sempre tem um ruído do mundo.
IV
Você aceitou pela primeira vez. Você não fugiu. E não me deixou a sós. O que é algo inteiramente novo para mim. E eu disse: de repente é tanto, que eu não sei o que fazer com você. Eu realmente fiquei sem saber, logo em seguida, outra vez. Será que isso . É algo novo. Escrever uma história me remete a um escritor que conheci uma vez. Ele não gostava de ser poeta no mundo, mas para ele não era uma escolha. Era quase uma covardia viver com um punhado de palavras das quais ele não podia se desfazer. Aos poucos ele foi assumindo esse jeito de errar todo dia, quando nenhuma palavra basta para dizer daquilo que ele nunca vai dizer. É um homem atormentado esse. Mas ele ri às gargalhadas, ele se torce no chão como uma larva, dá pulos e giros. Ele é pura larva, um estado bruto pronto para implodir o espaço-tempo. E pronto para ser esmagado, surrado. Uma larva branca se contorcendo de tanto rir do vazio absoluto que encarna nos objetos às vezes. Nos objetos que ele usa todos os dias e esquece então que é poeta e que algum dia algum poema foi escrito.
V
Esquecer é bom. Esquecer um pouco. Não ter mãos, ou corpo, ou pernas. Não saber usar o corpo ou as pernas assim como as palavras. Conheço um bocado delas, mas não sei qual seria a melhor combinação entre elas. Às vezes penso que escrever é só um jeito de esquecer, um jeito de dizer outra coisa, e depois, amontoado de coisas não ditas.
VI
Descobrir que escrever não tem nenhum valor. Nenhuma serventia, função ou propósito. Que escrever não serve para nada mesmo, mas mesmo assim escrevo e digo que vou amar a vida inteira Marguerite Duras e o seu sinthoma e a sua dor.
Eu sei muito pouco sobre as coisas. Eu tenho medo que tudo desapareça, que o rosto se desfaça. Eu tenho medo de estar sempre presa num pedaço de tempo. Inventamos um projeto. Uma engenhoca de continuidade. Não sabemos bem o que continua. Chego a desconfiar que nunca existiu antes e o que surge agora é feito de uma primeira vez tão nova que dá medo de usar. Ele me ofereceu um sim e tive medo de aceitar. Porque era um sim que eu não conhecia. Mas ele foi tão doce e deu passos tão leves na minha direção que eu achei que não faria mal aceitar esse sim tão inesperado.
Descobri que tenho medo desse sim apesar de tudo. Tenho medo de ficar sozinha com um GRANDE sim nas mãos e de repente ele ter se transformado em um grande não.
Calma! Tenha calma, aceite esse sim. É o medo de me desintegrar.
domingo, 29 de setembro de 2013
Para Hilda com amor
Releio antigos e tudo se torna papel passado na palma das mãos. Ele vai esquecer de você? Não, nunca. Nunca mais. Você vai ser sempre algo bonito para ele guardar. E agora Josefa, coisa fina a lembrança de algo como quase um amor. As coisas se vão. Viram coisas idas e irremediavelmente perdidas. Caio sabia há muito destas coisas que se vão e já não voltam mais. E os segredos? Serão guardados a sete chaves e depois abertos, descobertos por pessoas que serão relíquias de uma humanidade que passou.
Sabe Josefa, fina, a vida passou muitas vezes e vai se passar de louca e tresloucada, vai te derrubar menina, vai te jogar por ai, vai te derrubar com força. E você não vai cansar de se perguntar tantas vezes: mas e agora Josefa, que faremos nós duas, aqui no meio da vida, esfoladas na pedra que sempre calha de nos esfolar?
E agora filhinha, osefa fina farofa de fé nenhuma? E agora Josefa? Vamos para bandalheira! fina, livres fracassadas. Para onde? Josefa?
Mas o poeta não tinha morrido? Ah esse morreu mesmo, coitado. De morte morrida ou de morte matada. Não importa, ta morto mesmo. Mortinho da silva. Quem falou foi Severina, digo, Josefa, a fina. Essa sim, sabia das coisas. Ficou amiga duma velhinha desbocada, deu nisso: ficou sabida.
Josefa, a fina, nasceu no brejo. Brejeira. Filha de velhinha desbocada e crente de poesia. Dá nisso: farofa, marofo, amorfa. Gostava de cavar buracos em qualquer superfície, para ver se fazia furo, para ver se tinha outro lado. As vezes por pura falta de imaginação, por força do hábito. Devia ser coisa que ta no sangue, ou no mangue. Vinda de brejo, de lugar nenhum, vaziuzinho que nem pocilga. E dá poesia? Dá nada não. O poeta morreu coitado. Mas talvez a poesia não. Dá só rima ruim e frase desfeita. E o poema? Hein? O poema moça? Nunca vi não. É alto? É bonito? Talvez seja assombração.
Devota da Santa Coisa em terra de bananeiras, araucárias e pedrinhas soltas. Estrangeiriça, meio topera de unhas enormes que fuçam na terra e meio lombriga, dada as coisas de dentro. Boca devoradora onívora, ou regurgitofargia, coisa braba. Casca grossa, lombriguenta, verminosa, leguminosa. Da roça.
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
quinta-feira, 11 de julho de 2013
Greve Geral 11 de julho de 2013
Nadadadanada na TV aberta, mas como estado atual das coisas: Pós TV, noticia ao vivo a Ocupação da Câmara de Vereadores de Porto Alegre: http://www.postv.org/
quinta-feira, 16 de maio de 2013
Para Alpha Centauri
A
Isso que você diz com tantas palavras abafadas e um calor que eu não sei tocar. Isso que rodeia pelos cantos da casa, que faz poeira e que foge por todas as janelas e por todas as paisagens. Isso que tem também um gosto, e que eu senti apertar contra o meu corpo, e que eu ouvi sem nenhuma pressa. Não tenho almofadas e não tenho nada mais que os peixes de papelão que Hillé recortou para mim do vão da escada e cheia de ternura colocou na água. São papéis e eles desmancharam. Empaparam de água e depois de encharcar fibra por fibra foi ficando uma água turva que o escuro dos teus olhos balbuciou para mim, foi deslizanto lento até decantar no fundo do corpo sons sussurrados no meu ouvido.
B
Tive raiva e muita dor e não soube onde guardar. E me perguntei tantas vezes e fui fuligem tantas noites cinza sem poder dormir ou acordar, eu pensei na sua nuca e na sua pele e no seu corpo de mulher e pensei que você devia ser bem mais forte. Pensei nas mãos dadas e nas ruas de uma cidade velha, e pensei nos livros e num amor tão grande tão grande. Eu não sei o que eu poderia e dizer, que há. Eu sei. Não sei recusar a dor que nasce neste pedaço de estrela com pontas, minha querida, estamos todos derrotados. Amor que dilacera pelo avesso e não soubemos onde guardar.
C
Para ouvir ao som de:
"Alpha Centauri (α Centauri, α Cen), também conhecida como Rigel Centaurus, Rigil Kentaurus, Rigil Kent, ou Toliman,1 é a estrela mais brilhante da constelação de Centauro, sendo a terceira mais brilhante do céu, vista a olho nu.
Esta estrela é, na verdade, um sistema triplo, no qual Alpha Centauri A e Alpha Centauri B giram em torno de um centro comum, gastando quase 80 anos para completar uma órbita, já Alpha Centauri C, também chamada de Proxima Centauri, demora mais de um milhão de anos para completar uma órbita em torno das componentes principais e é a estrela mais próxima do Sol, a 4,2 anos-luz, enquanto o sistema Alpha Centauri AB estão um pouco mais distantes a 4,4 anos-luz.
A estrela Alpha Centauri A é uma estrela amarela, cerca de 23% maior que o Sol. Já Alpha Centauri B é uma estrela laranja com um raio 14% menor que o solar, e abriga um planeta descoberto em 2012, com massa parecida com a da Terra, porém fora da Zona Habitável (muito próximo de sua estrela). Enquanto que Proxima Centauri é uma anã vermelha com brilho muito reduzido e diâmetro de 1,5 vezes maior que o diâmetro deJúpiter, tanto que só foi descoberta em 1915 pelo astrônomo britânico-sul-africano Robert Thorburn Ayton Innes (1861-1933)". (http://pt.wikipedia.org/wiki/Alpha_Centauri)
quarta-feira, 15 de maio de 2013
sexta-feira, 15 de março de 2013
Ganhei de presente hoje, adorei esse quase transparente, ao ser lido ao som de outro presente de tropeço, chamado Prelúdio para uma história invisível
De como decorar a nova moradia
Luminária no canto da grande sala. Vazia. Falte com objetos.
Espaço aos nossos segredos, quase ecos. Cozinha de sopa de aspargos, banho de banheira com sais. Da janela, repartir cores olhando o jardim. E
o resto virá sem que se diga
Poema de Alexandre Barbalho, Entre - poemas. Editora da Casa, Florianópolis, 2010, p.100.
http://www.youtube.com/watch?v=df4RYUIhSiw
quinta-feira, 7 de março de 2013
sábado, 16 de fevereiro de 2013
SOBREPOSIÇÃO II
música Pass this on - The Knife: primeira vez que ouvi: filme Amores Imaginários (Xavier Dolan) - http://www.youtube.com/watch?v=ILthJ4WzOww, segunda vez: no youtube, travesti lindo cantando -http://www.youtube.com/watch?v=gKhjaGRhIYU, e ontem a noite no filme Elles, numa cena com a Juliette Binoche - http://www.youtube.com/watch?v=9Xzqli0DxDM, agora a música taí, não sai da minha cabeça.
sobrevôo: Inéditos e dispersos - Ana Cristina César
consumido: As mãos - Manoel Ricardo de Lima - livro novo, 2012.
ali à espera: Grande Hotel Abismo: por uma reconstrução da teoria do reconhecimento - Vladimir Safatle
Aridez, ária, vernação
Aridez. (ê). S.f. 1. Qualidade ou estado de árido. 2. Aspereza, rudeza. 3. Fig. Falta de amenidade, suavidade, brandura, sensibilidade, etc. 4. Geol. Estado atmosférico observável quando, em determinada área, a evaporação é superior às precipitações.
Ària.[Do it. Aria] S.f. 1. Peça de música para uma só voz. 2. Melodia, cantiga. 3. Parte que exprime o sentimento inspirado pelo assunto da cantata.
Vernação. [Do lat. vernatione, ‘mudança da pele das cobras na primavera’] S.f. Morfol. Veg. Prefoliação.
Ària.[Do it. Aria] S.f. 1. Peça de música para uma só voz. 2. Melodia, cantiga. 3. Parte que exprime o sentimento inspirado pelo assunto da cantata.
Vernação. [Do lat. vernatione, ‘mudança da pele das cobras na primavera’] S.f. Morfol. Veg. Prefoliação.
Assinar:
Postagens (Atom)