tag:blogger.com,1999:blog-47042712672016662362023-11-16T09:36:53.114-08:00TortuositarTortuositarhttp://www.blogger.com/profile/17878057434926816022noreply@blogger.comBlogger235125tag:blogger.com,1999:blog-4704271267201666236.post-38842509672055570292022-03-05T14:45:00.001-08:002022-03-05T14:51:58.518-08:00Rascunho, 2010, invernoApalpar a dobra escura
imperceptível sacudidela de sombra.
Caminhos Onde bifurcam, trifurcam, se
Andar não era nada. Era só,
escorregar um pouco pela beirada da boca.
Pressionar com o corpo inteiro a vida esparramada nas horas.
Em tudo que eu,
um copo cheio
minerais sais e o coração batendo.
Tortuositarhttp://www.blogger.com/profile/17878057434926816022noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4704271267201666236.post-5601467467697610602020-12-30T20:29:00.003-08:002020-12-30T21:18:35.353-08:00Dezembro 2020<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="text-align: left;">AINDA será silêncio.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/tUleDgoki0o" width="320" youtube-src-id="tUleDgoki0o"></iframe></div><br /> <p></p><p> E encontramos sob a chuva. Resquícios de nossas ausências. Encontro estranho esse, e cheio de defesas. Como se o encontro (ainda que absolutamente) fora de qualquer temporalidade humana. Fosse uma granada imediatamente acionada. Capaz de implodir tudo o que hoje chamamos de VIDA. Estranha maneira de se desencontrar. Uma espécie de CATA/VENTO numa cidade estrangeira e incapazes de balbuciar uma palavra inteira. </p><p>Você? </p><p>Hiato. </p><p>Vírgula. </p><p>Resquícios de linguagem. Ausência mútua é tudo o que nos sobra. E essa noite, quando tocamos de leve no abismo negro de nossas pupilas aguardentes, é por dentro do rio que passam nossas vidas. A umidade desses restos de florestas que insistimos em procurar. Por quanto tempo ainda, resistirá, a floresta, o rio, o canto agudo das cigarras? E a suspeita que eu tenho é que de uma maneira subterrânea e obscura. É no traçado de nossas letras que fazemos ainda, encontros</p><p>insabidos, Ou, recusados, </p><p>mais uma vez, revestidos de recusa. </p><p>mas quem sabe um dia, será possível voltar a andar nas ruas de uma velha cidade e abrir fendas nos territórios duros das certezas. A lua cheia dessa noite abriu caminho por entre as nuvens carregadas, depois da tempestade, e sorriu branca e iluminada. O som dos grilos se mistura aos barulhinhos eletrônicos de <i>Cocorosie</i> que insistem. Esses tempos que de repente se chocam, pulam para fora do mapa, outros tempos, que moram no imprevisto das horas.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/5aWeXSUY0DA" width="320" youtube-src-id="5aWeXSUY0DA"></iframe></div><br /><p><br /></p>Tortuositarhttp://www.blogger.com/profile/17878057434926816022noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4704271267201666236.post-67788461692065710282020-01-17T05:23:00.001-08:002020-01-17T05:25:56.332-08:00Teoria da Poesia Concreta ou MemóriaAbro um livro e ele é uma memória.<br />
Toco nas páginas e é como se eu tocasse outra vez o teu corpo.<br />
A distância do tempo, das horas, se desfazem, assim como nosso último encontro. Fazia cinco anos, e tudo estava vivo, intenso, alucinadamente intenso demais. Sempre foi demais. Tenho medo. Tenho medo de abrir o livro e ver o que vou encontrar lá. Se no primeiro toque teu corpo me encharca, os olhos molham. Porque eu haveria de abrir esse corpo? Outra vez, e abismar tantos anos. A memória é intensiva. Um campo afetivo explode em silêncio. Uma explosão silenciosa de todas as letras que nós nunca nos dissemos. Porque todas elas eram excessivas. Uma palavra tua. Era. O mar inteiro. Eu nunca soube porque. Mas agora eu me lembro. Eu me lembro. Eu me lembro que as duas vezes que você veio na minha direção eu fugi, longe, corri pra longe, parecia que o infinito não cabia na minha pele.<br />
Gosto da frase de Petra Costa no documentário Elena, 'se você me toca eu viro água', eu desmancho. E você nem sequer respondeu o meu último email, o último sonho que eu tive com você. No último encontro você me contou de uma vida que parecia engraçada. Comandos militares para meninos, pagando por coisas sem sentido, e você dizia que tudo que você fazia você pensava em quanto me faria rir, você me conta que conheceu uma psicóloga que tinha o meu nome, toda tua vida eu tava lá, como uma memória, uma lembrança, um endereçamento que nunca pode acontecer até o fim.<br />
E agora eu toco no livro da Teoria da Poesia Concreta e você mora nele, e eu nem sabia, que tava guardado todo esse tempo. Tenho medo. Mas vou abrir o livro e te encontrar de novo.Tortuositarhttp://www.blogger.com/profile/17878057434926816022noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4704271267201666236.post-67301180958030952132019-10-24T22:03:00.000-07:002019-10-24T22:03:25.094-07:00AlcoolicasAs datas se foram<br />
Embaralham<br />
A data na foto é o último resquício<br />
De uma outra vida<br />
<br />
Ele sumiu da sua agenda telefônica<br />
e você não lembra se foi você mesmo que<br />
apagou<br />
Ou se foi ele que se despediu quando<br />
ninguém estava olhando<br />
<br />
Você encontra no fundo do Fundo<br />
Uma saudade que nunca mais<br />
E talvez todos esses outros sejam só<br />
uma sobra sombra dEle<br />
<br />
<br />Tortuositarhttp://www.blogger.com/profile/17878057434926816022noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4704271267201666236.post-71304134307705618022019-09-28T22:26:00.000-07:002019-09-28T22:26:53.020-07:00Cenas de fim de janeiro/setembro ou De um amor nascendo e morrendo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/9bFdzh91i2o/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/9bFdzh91i2o?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<br />
Setembro<br />
Você dá o primeiro passo rumo ao desconhecido, e ele te acolhe inteira. Te engolfa. São novas camadas de existência que você atravessa. Tem medo de nascer todas as vezes, mas é porque você já está nascendo. Sente que é uma nova gravidade. Uma nova cadência, tem corpo de veludo e vinho tinto.<br />
Janeiro<br />
1. São Letras você pensa. São apenas letras você gostaria de acreditar. O que realmente a incomoda são as letras não pronunciadas. Gostar de alguém implica em tantas incertezas e você está farta delas.<br />
2. O difícil é perceber os sentidos que são possíveis de compartilhar com o outro. E o nome que podemos dar para as coisas. Tão fácil gostar de você eu escrevi. Fácil, fácil.<br />
3. Despossuir: Objetos. Alegrias. Certezas. Despossuir o medo.<br />
4. Pensamento. E você não pode prever. Quando é cedo ou tarde demais.<br />
5. O que dói. É não fazer diferença, marca ou lugar. Embora M. escreveu para pedir desculpas. E vai faltar.<br />
6."Pertença e pertinença". Ter sido esse lugar na vida de alguém. Pertencer e ser pertinente à vida. Até não ser mais.<br />
7. Lembre de.<br />
8. A nossa alegria, para onde foi?<br />
9. Avise que horas, eu quero abraçar o tempo.<br />
<br />
<br />Tortuositarhttp://www.blogger.com/profile/17878057434926816022noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4704271267201666236.post-11486795482888455442019-06-10T12:50:00.000-07:002019-06-10T12:50:19.537-07:00Pétalas Brancas<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Não chegamos.
O corpo do outro é murado. Sem escalas. Proporções, medidas. Terrestres ou (i)numanas.
Inundadas. As fronteiras eriçam tropeçam, ensaiam.<o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/LkjhsWtI9os/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/LkjhsWtI9os?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">And I think of
you.<o:p></o:p></span></div>
<br />Tortuositarhttp://www.blogger.com/profile/17878057434926816022noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4704271267201666236.post-2767272052225472032019-04-20T18:58:00.000-07:002019-04-20T18:58:19.643-07:00Artifícios de Abril<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/vRaHNH0zAwA/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/vRaHNH0zAwA?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe><iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/_UPUHYENMqQ/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/_UPUHYENMqQ?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe><iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/vaH-oKtN3Lw/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/vaH-oKtN3Lw?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe><iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/ute93Ph7yqA/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/ute93Ph7yqA?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<br />Tortuositarhttp://www.blogger.com/profile/17878057434926816022noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4704271267201666236.post-75322213654610773612019-02-09T07:23:00.001-08:002019-02-09T07:24:38.551-08:00Cenas de fim de janeiro, início de fevereiro3. Despossuir:<br />
Objetos. Alegrias. Certezas.<br />
Despossuir o medo, é possível?<br />
<br />
"Quem ama, erra"<br />
Despossuí o medo, mesmo que,<br />
por uns segundos apenas.<br />
<br />
Perder o medo é dar um abraço no tempo.Tortuositarhttp://www.blogger.com/profile/17878057434926816022noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4704271267201666236.post-43669245227563955502019-01-29T08:28:00.003-08:002019-01-29T08:28:35.261-08:00Sopros da manhã - duração uma semana 17/01 a 24/01"O coração temeu, mas<br />
aprendeu a se entregar"<br />
<br />
<br />
ainda que.Tortuositarhttp://www.blogger.com/profile/17878057434926816022noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4704271267201666236.post-45214737932457024692018-12-12T19:37:00.000-08:002018-12-12T19:37:06.388-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/i3ZqZ9wtfWk/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/i3ZqZ9wtfWk?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
Daqui de dentro<br />
a luz entrava<br />
vestígios<br />
Diz<br />
Só assim pude entender<br />
eu sei porque.<br />
Não vá deixar<br />
<br />
No matter what you're say<br />
You can’t come anywhere near me<br />
You’re not coming anywhere near me<br />
Well I’m saying don’t look anywhere near me<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/kzM5qL8R3ps/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/kzM5qL8R3ps?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
But you’re not coming anywhere near me anywayTortuositarhttp://www.blogger.com/profile/17878057434926816022noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4704271267201666236.post-58950746989319500862018-07-23T20:17:00.000-07:002018-07-23T20:17:37.014-07:00SOBREPOSIÇÕESSobre maio, dez anos depois<br />
<br />
[Senti o mar na pele dele.<br />
Toquei nas ondas e na imensidão<br />
salgada.<br />
Três anos de lágrimas]<br />
<br />
<br />
Não sei se posso tocar nas cicatrizes que guardei.<br />
<br />
É preciso um mar inteiro de lágrimas<br />
de um amor que já<br />
###############<br />
<br />
<br />
Fim de julho, 5 meses depois de um assassinato.<br />
[os cúmplices estão todos soltos]<br />
<br />
Sonho com restos de<br />
maldadade<br />
Com pedaços de horror/fragmentos<br />
Poeira de crueldade<br />
No fundo da catástrofe<br />
me lembro do seu rosto.<br />
De alguma lembrança borrada<br />
e não consigo mais chorar.<br />
Embora alguma coisa tão<br />
ínfima e desfigurada<br />
Reste no fundo de um<br />
copo sem fundo.<br />
São coisas que não se atravessam. São<br />
as letras do seu nome que ainda restam<br />
dentro do meu.<br />
A violência sem medidas<br />
que deixei morrer<br />
e que abandonei.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/_fuIMye31Gw/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/_fuIMye31Gw?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<br />
<br />
<br />
<br />Tortuositarhttp://www.blogger.com/profile/17878057434926816022noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4704271267201666236.post-2505712202937826782018-06-20T22:00:00.001-07:002018-06-20T22:00:35.856-07:00Sobre a voz, afinação: cabeça e coração (juntos, diria Hilda)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/yjxriFArvMk/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/yjxriFArvMk?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<br />Tortuositarhttp://www.blogger.com/profile/17878057434926816022noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4704271267201666236.post-41878593961217619742018-04-13T05:32:00.002-07:002018-04-13T05:32:42.868-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/-0KrwpzWTXg/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/-0KrwpzWTXg?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<br />Tortuositarhttp://www.blogger.com/profile/17878057434926816022noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4704271267201666236.post-90510042946708771412018-04-02T19:23:00.000-07:002018-04-02T19:25:40.955-07:00Herança de poetaConscerto do desejo - Matheus e Maria Cecília Nachtergaele<br />
<br />
"São gestos de poeira,<br />
andar de poeta que anda muito desajeitadamente<br />
<br />
O mais urgente<br />
(...)<br />
O mais urgente.<br />
Talvez tristeza,<br />
Talvez choro<br />
<br />
Bem aventurados são os ursos<br />
<br />
Amar<br />
Amar bastante<br />
Sofrer muito<br />
Ser triste<br />
<br />
A tragédia nos acompanha: morreremos.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/7py0GZGZcTk/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/7py0GZGZcTk?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<br />
<br />
Desse jeito você sempre vai ser só. Não seja assim.<br />
Tente não ser assim. Em você não há busca. Assim não pode ser feliz.<br />
Não é por minha causa que eu digo. Eu confesso, também em mim a procura<br />
acabou. Mas por você, pela felicidade de você, pela ternura. Esse verso vai ficar<br />
piegas e comprido mas não faz mal, não se você entender que essa minha angústia<br />
é por você. Independentemente, por você.<br />
As pessoas, veja as pessoas como elas são. Eu não acredito que elas precisam tanto<br />
de você quanto você precisa delas. E vai ficando tarde, é uma questão de defesa,<br />
não saia por aí assim, por favor, não saia por aí assim tão seguro de si, dispondo<br />
apenas de uma saudade apaziguada para cada grande tristeza que deveria sentir.<br />
Não seja mais assim, desculpa eu repetir. Ou não vão querer você. E desculpe<br />
também por ter falado tanto. Sei que é bobagem minha, mas eu amo você."<br />
<br />
(Matheus e Maria Cecília Nachtergaele)Tortuositarhttp://www.blogger.com/profile/17878057434926816022noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4704271267201666236.post-88690567588750179402018-03-16T06:36:00.000-07:002018-03-16T06:36:56.263-07:00Meu Sangue[Sei que estou na idade de obedecê-la, de ir atrás de sua voz que atravessa desde a folha gelada no trigal até o bico da ave que nunca soube pousar na terra e aguarda que um dia os céus se façam quartzo para enfim deter-se num único instante [...] enquanto me humilha, me exalta, me inunda, me exaspera, me seca, me abandona, me faz correr de novo, e não sei como chamá-la de outro modo: meu sangue.]<br />
<br />
(trecho poema de Rafael Alberti, que inspirou a tela de Leon Ferrari)<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEif90-oSPsKr_IyeIyse03hS0P39rehaPw_Vy01Gg_pv_nGNroa8WgBacTX4149uUeNZEHghMojTBhyphenhyphenzPmT002XfT7yZU42aXe2UDL7qzaFEqKtwswzyH_zLcNmLrwCqQNnazzmMBPLHcI/s1600/2.-Untitled-Sermon-of-the-Blood.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="436" data-original-width="300" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEif90-oSPsKr_IyeIyse03hS0P39rehaPw_Vy01Gg_pv_nGNroa8WgBacTX4149uUeNZEHghMojTBhyphenhyphenzPmT002XfT7yZU42aXe2UDL7qzaFEqKtwswzyH_zLcNmLrwCqQNnazzmMBPLHcI/s320/2.-Untitled-Sermon-of-the-Blood.jpg" width="220" /></a></div>
<br />
(Leon Ferrari, Sem título [Sermón de la sangue], 1962)Tortuositarhttp://www.blogger.com/profile/17878057434926816022noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4704271267201666236.post-68693234053320327852018-03-12T20:37:00.000-07:002018-03-12T20:37:53.589-07:00O sem-sentido apelo do não<i>FIZ DE MIM O QUE NÃO PUDE. </i>Sonhei: <i>Um</i> - Pulei<br />
<br />
de paraquedas do alto do avião. O paraquedas não abriu,<br />
e eu morri. <i>Dois</i>: um corpo deformado, formas disformes, um borramento narcísico. Não há três. Procura-se agulhas para desarmar bombas: <i>nada pode o ouvido contra o sem-sentido apelo do não</i>. <i>As coisas tangíveis tornam-se insensíveis a palma da mão; </i>Despedir-se<i>. </i>Não ter mais lugar, nem espaço. Compressão do pulmão, dos pulsos, da pele, de um sonho, o fim de um espaço-tempo<i>.</i>Viver num tempo onde o amor perdeu para a banalidade dos corpos.<i> Tentar ser forte agora, que é chegada a nossa hora.</i>Tentar ser forte agora, que é chegada a nossa hora.<br />
<i><br /></i>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/pGZ9ztr8pBo/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/pGZ9ztr8pBo?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
Tortuositarhttp://www.blogger.com/profile/17878057434926816022noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4704271267201666236.post-18802370598075012802018-03-07T03:33:00.000-08:002018-03-07T03:33:19.807-08:00Quando havia esperança<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
O que há no meu peito é um infinito. Miríade de poeira
estelar, grãos luminosos, galáxias inteiras. Um cosmos em combustão. Órbitas
seguras pretas, dois sóis amendoados dos olhos dele. Sou esse espaço e essa
duração, e guardo a possibilidade de me expandir. Colher os grãos de infinito.
Inventar o tempo e o espaço. Desassossego. Tudo se move, tudo em movimento. 13/02/2018 </div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Desassossego</div>
<div class="MsoNormal">
Tudo se move, tudo em movimento.</div>
Tortuositarhttp://www.blogger.com/profile/17878057434926816022noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4704271267201666236.post-36251879809342203422018-02-07T03:55:00.000-08:002018-02-07T03:55:45.940-08:00Poema inacabado<div style="text-align: left;">
[Para André]</div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Ontemhoje</div>
<div style="text-align: left;">
Atravessei e</div>
<div style="text-align: left;">
colhi um broto de algodão</div>
<div style="text-align: left;">
no escuro.</div>
<div style="text-align: left;">
Desenhei no espaço</div>
<div style="text-align: left;">
a tua duração:</div>
<div style="text-align: left;">
são infinitos os</div>
<div style="text-align: left;">
pontos onde a alegria</div>
<div style="text-align: left;">
inventa e grafa</div>
<div style="text-align: left;">
um macio na pele.</div>
<div style="text-align: left;">
Flutuo terrena e </div>
<div style="text-align: left;">
inverto a gravidade:</div>
<div style="text-align: left;">
os sonhos não pesam.</div>
<div style="text-align: left;">
É o grão dos olhos</div>
<div style="text-align: left;">
e a umidade da voz</div>
<div style="text-align: left;">
que ensaia dizer.</div>
<div style="text-align: left;">
Talvez seja isso que</div>
<div style="text-align: left;">
tocamos no escuro.</div>
Tortuositarhttp://www.blogger.com/profile/17878057434926816022noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4704271267201666236.post-18111827866486626682017-12-24T04:19:00.000-08:002017-12-24T04:21:36.022-08:00O latir dos pulsusRepulsa<br />
Repulsivo<br />
Re pulsão<br />
Pulsão<br />
Ré <br />
[Dar a ré - andar para trás]<br />
<br />
Pulsar - Ar<br />
Pular - Jump<br />
<br />
SUL - AR<br />
<br />
[Quando o ar do Sul pode pesar no verão]<br />
<br />
Rua - Sep<br />
[Septicemia, - CEP - sepse<br />
Quando um endereço pode ser um tipo de infecção que mata]<br />
<br />
<br />
Infectar o sangue<br />
Quando o endereçamento pode ser uma infecção sanguínea<br />
<br />
Pular - Jump<br />
[Para DENTRO ou para FORA?]<br />
<br />
Puls (AR) - vôo ou queda?<br />
<br />
Dar a ré: andar para trás.<br />
<br />
Ré<br />
Pulsão<br />
<br />
Re pulsão<br />
Repulsivo<br />
Repulsa.<br />
<br />
<br />
Repulsa: do lat. REPULSUS, particípio passado de REPELLERE "repudiar, empurrar para trás", de RE - "para trás", mais PELLERE, "bater, empurrar"<br />
<br />
Também o contrário da atração.<br />
<br />
Ainda:<br />
<b>Latim</b>: repulsa - ae, revés, mau êxito, recusa.<br />
(latir) pulsa: banido<br />
repulsus: alergia, banido. <br />
<br />
<br />
<br />Tortuositarhttp://www.blogger.com/profile/17878057434926816022noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4704271267201666236.post-3467803099528789512017-11-20T13:11:00.002-08:002017-11-20T13:11:57.984-08:00No meio do caminhoNo meio do caminho tinha a arte<br />
Tinha a arte no meio do caminho<br />
Tinha a arte<br />
No meio do caminho tinha a arte<br />
<br />
Nunca me esquecerei desse acontecimento<br />
Na vida de minhas retinas tão fatigadas<br />
Nunca me esquecerei que no meio do caminho<br />
Tinha a arte<br />
Tinha a arte no meio do caminho<br />
No meio do caminho tinha a arte.<br />
<br />
<br />Tortuositarhttp://www.blogger.com/profile/17878057434926816022noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4704271267201666236.post-66799549532366833792017-10-20T18:40:00.000-07:002017-10-20T18:40:21.383-07:00Achado <i>Tantos eles nas minhas anotações, mas nenhum outro.</i><br />
<br />
[anotação de agenda, 10 de outubro de 2014,<br />
IA, Poa.]<br />
<br />
Anotação compartilhada do poeta:<br />
"toda anotação é um processo de esquecimento"<br />
<br />Tortuositarhttp://www.blogger.com/profile/17878057434926816022noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4704271267201666236.post-2664857104520397292017-09-12T05:35:00.002-07:002017-09-12T05:35:24.830-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/9E6b3swbnWg/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/9E6b3swbnWg?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<br />Tortuositarhttp://www.blogger.com/profile/17878057434926816022noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4704271267201666236.post-42329644880991786482017-08-20T07:45:00.000-07:002017-09-12T06:27:51.507-07:00TravessiasEntão criminalizou-se a paixão.<br />
<br />
[ Premonição/Nota de diário (fim de julho)<br />
<br />
'Desejar a vida passa a ser um crime. Desejar<br />
amar o amor passa a ser uma tolice']<br />
<br />
O corpo revolta febre e convulso<br />
mal pode<br />
<br />
tocar<br />
que desaba.<br />
<br />
Às vezes a dor se torna artilharia.<br />
<br />
<br />
Mas eu recuso.<br />
<br />
<br />
Insisto em ser<br />
patética.<br />
<br />
<br />
Ofereço delicadezas que ganhei ontem<br />
de presente de quem nem imagina o peso dessa dissolução<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/zRlXOMbJ0R8/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/zRlXOMbJ0R8?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<br />
E fico à espera, tento abrir as cortinas das manhãs à espera de olhos que possam nascer novos<br />
para uma Vita Nova.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/rVN1B-tUpgs/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/rVN1B-tUpgs?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<br />
E canto (para espantar a dor)<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/yCXAf7NIyl8/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/yCXAf7NIyl8?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<br />Tortuositarhttp://www.blogger.com/profile/17878057434926816022noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4704271267201666236.post-29850597777669052992017-07-24T16:25:00.005-07:002022-03-09T10:59:09.896-08:00Sobre a tentativa de se despedir da imagem mais bonita de uma capitalCarta-poema de abril<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Eu amava uma delicadeza que havia,</div><div style="text-align: justify;">antes.</div><div style="text-align: justify;">Uma beleza convulsiva me feriu. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Toquei essas imagens turvas/margens de sonho e inefável, impossível e íntima, </div><div style="text-align: justify;">ferida </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Água-viva? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sobre as margens, entre essas margens, o oceano pode ser um corpo.</div>
<div style="text-align: justify;"> Expando e contraio - modulações do movimento.</div>
<div style="text-align: justify;">Amanhã ou depois, ou ainda mais tarde. A vida rouge.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div>
<div style="text-align: justify;">A imagem mais bonita de uma capital. que eu guardei.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/qskeD0d11oc/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/qskeD0d11oc?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Tortuositarhttp://www.blogger.com/profile/17878057434926816022noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4704271267201666236.post-66935845217486997362017-05-23T21:19:00.000-07:002017-05-23T21:19:09.695-07:00Guardado, <div class="MsoNormal">
2012, traços perdidos de A.C.C, pedaço de</div>
<div class="MsoNormal">
letra em papel arroz e um excesso de ar para respirar, </div>
<div class="MsoNormal">
sempre algum antes dentro de um depois. </div>
<div class="MsoNormal">
captar o gesto que mora na página de um livro não escrito.</div>
<div class="MsoNormal">
ser de avessos ou revés.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
III<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Então fui e busquei procurei por elas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Depois e ainda<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Não gostei daquilo, amontoado, pedaço mal <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
acabado<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Foi pouco. Ou por pouco<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Tento é sempre anterior <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O tempo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ele escreve nas paredes, e risca os degraus da escada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Uma guerra decalcada, ontem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Foi ontem, ou por pouco.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mentiras cumulam parapeitos, ela continua <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
no chão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O deserto,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
[continua no chão]<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O
deserto<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Alguém, ninguém perguntou.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ofício, orientação, no espaço, ninguém sabe.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Nem mesmo ela sabe, nem mesmo ela sabe.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Era deserto antes de ser chão. Querida vem cá, dá a mão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Vem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Um deserto antes de ser chão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<o:p> 07.05.2012</o:p></div>
Tortuositarhttp://www.blogger.com/profile/17878057434926816022noreply@blogger.com0