domingo, 28 de agosto de 2011

Minha nova paixão se chama: Philip Glass;
algo de obcessivo e repetitivo no piano, mas tão bom.
Tão bom.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Film Socialisme - Godard

29/08/2011
Filme Socialismo »
Film Socialisme
Suíça, França - 2010
Duração: 101min
Entrada franca

29/08/2011 - 16:00 •
31/08/2011 - 16:00

Local: Sala Redenção - Cinema Universitário

Mostra Jean-Luc Godard
http://www.difusaocultural.ufrgs.br/programacao_

(imperdível, difícil, fratura, restos)

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Hoje, amanhã e depois

Passei a tarde de hoje ouvindo depoimentos de ex-perseguidos políticos da ditadura brasileira, na 50ª Caravana da Anistia que está acontecendo em Porto Alegre hoje e amanhã no salão nobre da Faculdade de Direito da UFRGS. Amanhã haverá sessão especial de julgamento de processos de anistia a ex-perseguidos políticos gaúchos, aberto ao público.

Fica em mim uma necessidade visceral de dizer (...) Por onde se começa?

A Lei da Anistia (6.683 de 28 de agosto de 1978) foi uma conquista, e depois dela 4.000 foram anistiados. A Lei da Anistia NUNCA anistiou os torturadores. Mas um acordo nunca discutido com a sociedade brasileira o fez.

A luta atual pela anistia é a mesma desde antes de ter sido criada (1974)quando os familiares dos desaparecidos começam a tentar encontrá-los, nos conta Suzana Lisboa que os representou durante 10 anos:

"ONDE ESTÃO NOSSOS FAMILIARES?

COMO MORRERAM?

QUEM OS MATOU?

ONDE ESTÃO ENTERRADOS?"

Ao todo, são 144 desaparecidos. O número aumenta para 160 contando os que não deram queixa. As respostas dadas pelos militares eram: suicídio, acidente de carro. Até agora, apenas 4 corpos localizados numa vala comum do cemitério de Pirus em SP.

A luta pela Anistia também quer a Comissão da Verdade:

QUEM SÃO OS TORTURADORES? QUEM SÃO OS TORTURADORES?

Os presos ficam sob tutela do Estado. Não é permitido ao Estado matar, torturar e desaparecer com eles. O ESTADO DEVE PEDIR PERDÃO às suas vítimas. Os torturadores tem que ser anunciados e punidos.

Em reportagem do jornal zero hora de 3 anos atrás, um dado assustador:
82% dos jovens acima de 16 anos nunca tinham ouvido falar do AI5.

Uma nação que não conhece a sua história pode tê-la repetida, a nossa constituição de 1988 prevê nela o Estado de Exceção.

OS ARQUIVOS MILITARES AINDA NÃO FORAM ABERTOS. Porque os militares insistem que estes relatórios não existem?

ENQUANTO O ESTADO NÃO PUNIR OS TORTURADOS E NÃO PEDIR PERDÃO A TODAS AS SUAS VÍTIMAS, PERPETUAREMOS UMA HISTÓRIA DE IMPUNIDADE, UMA NAÇÃO SEM MEMÓRIA, SEM FUTURO DIGNO.

O que não mudou no governo brasileiro?

O espírito militar ainda não mudou;
Porque se tortura ainda no Brasil?
Porque ainda hoje existem desaparecidos nas delegacias?
Porque o militar que participou do Atentado do Riocentro (30 de abril de 1981) está dando aula numa instituição de ensino? Como o Médici foi homenageado por uma turma de formandos da Academia Militar de Agulhas Negras em 2010? Médici que mandou cortar cabeças no Araguaia? Que tipo de transmissão está a serviço da história do presente no Brasil?

O ESTADO BRASILEIRO AINDA ESTÁ EM DÍVIDA COM A MEMÓRIA E O PRESENTE.

A Dilma foi a primeira presidente a impedir os militares de comemorar o dia 31 de março, data que em 1964 o golpe militar foi posto em prática.

Alguns recortes da tarde de hoje, e um convite a todos a participarem dos julgamentos amanhã, a partir das 10h, no prédio da Faculdade de Direito da UFRGS.
-

domingo, 14 de agosto de 2011

SOBREPOSIÇÃO


SardElas eram pequeninas e moravam todas juntas debaixo de um arco-íris. Era preciso olhar atento para percebê-las. Quando as vi pela primeira vez elas sorriram um pouco tímidas, e depois uma a uma me fizeram cócegas. Elas também gostavam de música, tanto, que enfeitaram o inverno com cores que não lhe pareciam próprio. SardElas eram preciosas e raras e padeciam apenas de pouca duração.
Sofri pela beleza que elas guardavam, no seu tempo em negativo, que imprimiram depois, quando me lembrava delas.
SardElas se deram as mãos para partirem todas juntas. Não gostavam de despedidas, então fizeram de conta que estavam embarcando num navio, depois de um único beijo. Quando olhei para vê-las por uma última vez elas já não estavam mais lá.


Do silêncio III
Fecha os olhos: ainda (ela) está lá, por baixo do branco, as sardas. Foram elas. Foram delas. Elas sabiam mudas, adormecidas.


p.s: pequena contaminação do livro “As mãos” do poeta, e crítico literário Manoel Ricardo de Lima: “...formavam lentas uma harmonia de cores que não via, mas sabia, firme, estava ali, nEla, nas palavras dEla, ditas pra mim.”(2003, Rio de Janeiro: 7Letras, p.36)

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Ontem um anjo beijou o futuro. Não disse nome, mas flores.