sexta-feira, 25 de junho de 2010

Vertigem de cair de
súbito dentro do
próprio corpo.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Fluxo (fragmento de Fluxo-floema, Hilda Hilst, 1970)

"amo tudo o que pode ser, amo o que é, amodeio tudo o que pode e é.
(...) como explicar o vir a ser de um ser que só se sabe no AGORA, ai como explicar o DEPOIS de um ser que só se sabe no instante?"

"que merdafestança de linguagem" (pp.45-46)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Ontem conheci as glândulas membomian, especializadas em lubrificar os cílos, produzem uma secreção oleosa para "previnir que a lágrima evapore do olho".
São 40 glândulas para os cílios superiores e mais 40 para os inferiores.
O médico receitou antinflamátório e compressas de água quente. Para a glândula que inchou.
Dos cílios, dos olhos, estranha produção.
depois claro, lembrei de uma anotação:
'Eu sou o amor dado no escuro, acolhido por cílios que ao abrirem-se já haviam perdido a duração'
Contando para uma amiga ela reparou: você está com os cílios feridos.
Também os cílios podem se ferir.

sábado, 5 de junho de 2010

O limite do corpo-material

Na moldura
ela não sabe o que
virá
Na mancha
um risco coagula
o intempestivo
um sopro

Ela quer aguar os traços
Trapos do que foi amor
nesga de desaparecimentos

Sobre a linha turva do poema
poema-mancha
uma aguadura

É sempre estar
Escombro sobre
outro um sobre o
outro

Você vai aguar até o
traço evoluir do silêncio
seco
Espero secar a água para traçar silêncios

Saturar a cor de cor
Quantas camadas suporta a linha
aguada no papel fino?

Quando aguar não for mais possível
Rasgar?
Experimento teu limite papel
Tecer a pele da brancura
da tua arte só limite do que é arte
Tecer na pele a própria brancura

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Mas a-pesar
tudo
Fartar-se
Vivido.
Necessecidade alguma. Por dizer.
Quem? Onde?
Tocar nas farpas
palavras.
Ler nas letras escrever você
Para quem?

Pó aguado na tinta que secou.
Materialidade opaca
Sobre o jas-
mim.