Lutando sobre o peso da sombra
o manancial cantava
Aproximei-me para escutar-lhe o canto,
mas meu coração não entende nada.
Era um brotar de estrelas invisíveis
sobre a erva casta,
nascimento do Verbo da terra
por um sexo sem mancha
Que alfabeto de auroras compôs
tuas escuras palavras?
Que lábios as pronunciavam?
E que dizem à estrela distante?
Senti sobre meus braços doces ninhos,
acariciar de asas (...)
Não poderão compreender minhas doces
folhas o segredo da água?
Chegarão minhas raízes aos reinos
onde nasce e se coagula?
Tive a grande tristeza vegetal,
o amor pelas asas.
Para poder lançar-me com os ventos
às estrelas brancas.
Federico García Lorca (1919)
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