terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Se não fosse a passagem

Enjoativa voz se vá.
A exatidão não recorta sonhos.
O poema perdido na praia começava assim:
Depois de ler Ana Cristina César
E queria dizer, não ele dizia assim: você que gosta de mim
Conte o mistério, uma duas ou três.
Depois abra os olhos num mar verde-azul piscina e
me escreva um sonho erótico.
Depois se perdeu perdido, se apaga.
Mas grão de areia e sol, grão de areia.
São mensagens sem itinerário, elas me dizem do que não quer ser dito.
Ondas invadindo o verão.
Se você soubesse das folhas que caíram em setembro e não acordaram os mortos.
Palavras que dizem silêncio num tom de azul que nunca seria qualquer
Não fosse um incêndio. Não fosse um poema no entardecer.
Não fosse. As palavras não pronunciadas.

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