Todas as palavras já ditas aqui. Ainda dizem? Aqui?
E o sol que pousou de leve no teu ombro naquela manhã, sem rumo?
E aquela tarde quando você caminhou na direção oposta à minha e foi a última vez que nos olhamos sem poder dizer nenhuma palavra?
E todos os dias que se seguem sem que pudéssemos recolher um pedaço de qualquer coisa para se ter junto, na hora em que se percebe de volta ao caminhar.
Não há nenhum passo ali, que pudesse retornar ao passo anterior. E nenhum passo futuro, que não carregue esses pedaços de acontecimentos.
É uma ordenação fragmentária de começos, onde começo, e recomeço a cada instante
E vem a necessidade de dizer uma vez mais, uma vez ainda, de uma passagem que talvez não acabe nunca de passar.
Entre o eu e o Outro, a distancia que nos possibilita respirar o silêncio de uma presença que nos ultrapassa. E será para sempre, agora, antes e também depois que já tiver passado a necessidade de dizer.
Espécie de retorno ao estrangeiro que há em mim e no outro. Nunca nos encontraremos?
É um esforço de falar e escutar?
O que oferece a palavra, que é sempre necessário retornar a ela?
Será a palavra o receptáculo de uma queda, que permanece, caindo para sempre?
"Cai eternamente
ResponderExcluirCai ao fundo do infinito
Cai ao fundo de ti mesmo
Cai o mais baixo que se possa cair (...)"
o poema é de Vicente Huidobro, acha facil o poema todo na internet...
é abertura de um capitulo de "a viagem vertical", de villa-matas, que comentamos no almoço...(ja que pediram pra mudar de assunto, continuamos ele aqui, né...heheh)
ta lindo isso tudo :)
Obrigada amore, vou procurar o poema,
ResponderExcluirserão todas as quedas verticais?
vertigem/vertical, voragem/vórtice
verso/?
bjs