Título de um texto de Mário Pedrosa, de 1967, Um passeio pelas caixas do passado vai comentar o uso da caixa pelas vanguardas brasileiras e depois vai fazer um breve brevíssimo passeio por certo fascínio, ou começo de uso de armários e caixas, baús, renascentistas do Quatrocenos. E termina o texto com a seguinte frase:"(Mas e a caixa nisso tudo onde fica? Veremos depois)".
Mas tudo isso para dizer que fui hoje a uma das duas caixas que guardo infindáveis papeizinhos, cartas, poesias ruins escritas há muito tempo atrás, e me senti 'passeando pelas caixas do passado'. E entre muitos escritos, alguns pavorosos, encontrei uma ou duas frases que resolvi resgatar:
"Nas dimensões dos poetas
Tudo é vasto e tudo
pode ser devastado"
(06.12.2002)
"Confesso mais esse crime de outono: querer amar de novo!"
(24.05.2000)
"Porque a realidade muda de tom?
Se os dias são as distorções
Do reflexo de meu sentimento
Não adiantaria mudar o passo,
o vento o espaço"
(1997-2000)
E também reli cartas escritas em 2002 para mim. Parece que a força delas me atingiu hoje, dez anos depois. Pequeno lapso de tempo. Também poderia se chamar: quando 2012 encontra 2002.
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