E encontramos sob a chuva. Resquícios de nossas ausências. Encontro estranho esse, e cheio de defesas. Como se o encontro (ainda que absolutamente) fora de qualquer temporalidade humana. Fosse uma granada imediatamente acionada. Capaz de implodir tudo o que hoje chamamos de VIDA. Estranha maneira de se desencontrar. Uma espécie de CATA/VENTO numa cidade estrangeira e incapazes de balbuciar uma palavra inteira.
Você?
Hiato.
Vírgula.
Resquícios de linguagem. Ausência mútua é tudo o que nos sobra. E essa noite, quando tocamos de leve no abismo negro de nossas pupilas aguardentes, é por dentro do rio que passam nossas vidas. A umidade desses restos de florestas que insistimos em procurar. Por quanto tempo ainda, resistirá, a floresta, o rio, o canto agudo das cigarras? E a suspeita que eu tenho é que de uma maneira subterrânea e obscura. É no traçado de nossas letras que fazemos ainda, encontros
insabidos, Ou, recusados,
mais uma vez, revestidos de recusa.
mas quem sabe um dia, será possível voltar a andar nas ruas de uma velha cidade e abrir fendas nos territórios duros das certezas. A lua cheia dessa noite abriu caminho por entre as nuvens carregadas, depois da tempestade, e sorriu branca e iluminada. O som dos grilos se mistura aos barulhinhos eletrônicos de Cocorosie que insistem. Esses tempos que de repente se chocam, pulam para fora do mapa, outros tempos, que moram no imprevisto das horas.
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