terça-feira, 23 de maio de 2017

Guardado,

2012, traços perdidos de  A.C.C, pedaço de
letra em papel arroz e um excesso de ar para respirar, 
sempre algum antes dentro de um depois. 
captar o gesto que mora na página de um livro não escrito.
ser de avessos ou revés.

III

Então fui e busquei procurei por elas

Depois e ainda

Não gostei daquilo, amontoado, pedaço mal

acabado

Foi pouco. Ou por pouco

Tento é sempre anterior

                         O tempo

Ele escreve nas paredes, e risca os degraus da escada.

Uma guerra decalcada, ontem.

Foi ontem, ou por pouco.

Mentiras cumulam parapeitos, ela continua

                                                             no chão.
O deserto,

[continua no chão]

                   O deserto

Alguém, ninguém perguntou.

Ofício, orientação, no espaço, ninguém sabe.

Nem mesmo ela sabe, nem mesmo ela sabe.

Era deserto antes de ser chão. Querida vem cá, dá a mão.

Vem.

Um deserto antes de ser chão.


 07.05.2012

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Recorte de jornal,

mais um para Ana C.

"Até hoje nós viúvas jovens e nem tanto de ana c.
sóbrias ou já meio loucas estamos procurando
uma noite de amor nas linhas de seus poemas"
                                                (Angélica Freitas)

In:  http://www1.folha.uol.com.br/serafina/2016/07/1785342-leia-poema-inedito-de-angelica-freitas-em-homenagem-a-ana-cristina-cesar.shtml     

Angélica Freitas é poeta. Seu livro "Rilke Shake" ganhou o prêmio Best Translated Book Award, da Universidade de Rochester, nos EUA.