a cruz na ponta para rasgar
ou
estraçalhar, quem sabe, a dor?
isso é um vício,
uma, duas, três, quatro, cinco,
seis furos invisíveis que
atravessaram o corpo.
Mas não há mais corpo.
Andei ocupada empilhando um número grande de silêncios.
Gostaria de insistir na linha que a bala rasgou (invisível)
o corpo (que não há mais) é
mesmo muito limpa.
Eis que a artilharia sempre atinge o alvo. Eis
que não havia mais ali, Havia traços vagos
uma vontade de morrer que não vinga, apesar
de todos os meus esforços.
[tenho um vinco marcado
anáguas que costurei por dentro.
será que ele queria uma
prova de amor?]
Cada página que eu viro é
uma navalha.
Se não for amor, por que nome chamaremos?
[essa guerra me destruiu.
às vezes ela é tão dura que não sou capaz
de morrer].
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