domingo, 23 de fevereiro de 2014

fragmento,

"O que acontece? Ele perde tudo. Mas perde tudo como se fosse nada. Perde tudo como se não houvesse diferença entre perder e ganhar. Nada mais do universo dessa circulação e das quantidades pode tocá-lo. Porque tudo isso foi reduzido a dimensão do MESMO. Como ele diz, como a gente ouve num momento bem impressionante: 'O Capital perdeu a sua qualidade narrativa', ou seja, ele não conta mais nada, ou seja, ele não diz mais nada, ele simplesmente dissolve os objetos através de uma circulação incessante. E dentro desse universo, a única coisa real é o choque. A única coisa real é a colisão. A única coisa real é a crise. A única coisa real é a morte. Ou seja a única coisa real é a dissolução."

fragmento do comentário sobre o filme Cosmópolis, de David Cronenberg, em

[Falar de si, lá onde não há mais si mesmo - Vladimir Safatle, disponível em http://www.cpflcultura.com.br/2012/10/05/falar-de-si-mesmo-la-onde-nao-ha-mais-si-mesmo-a-arte-contemporanea-e-sua-forca-construtiva-vladimir-safatle/]